Oliva prepara-se para o rock
Festival de bandas realiza-se este fim-de-semana, na Oliva. Trata-se do primeiro evento cultural no espaço da antiga fábrica, entretanto adquirido pela câmara
O edifício de esmaltação, na zona 2 do parque industrial da Oliva, tem vindo a ser preparado para receber a quarta edição do EcosRock, um festival de bandas de garagem organizado pela associação “Ecos Urbanos”. Os trabalhos de limpeza do espaço iniciaram-se no dia 3, graças ao contributo do grupo de voluntários da associação e alguns elementos das bandas que participam no evento.
Realizar o festival na Oliva aumenta as expectativas da organização relativamente ao festival, mas levanta algumas questões de segurança e logística que, dada a proximidade do evento, poderiam impedir a escolha daquele local. A “Ecos Urbanos” garantiu ao labor que estão a ser tomadas todas as medidas de segurança. O labor verificou na última terça-feira que o acesso ao interior do edifício foi completamente vedado com paredes em madeira. No entanto, em outros espaços daquela área foram colocadas grades que não oferecem muitas dificuldades à passagem. Nesses locais, a “Ecos Urbanos” garante que a segurança será reforçada não só com elementos da associação, mas também da PSP e dos bombeiros voluntários.
Algumas zonas do espaço onde estará o palco foram cimentadas e os buracos deixados a céu aberto pelo roubo de tampas de saneamento foram tapados.
A organização está convencida de que a Oliva oferece, já por si, melhores condições acústicas do que a garagem do museu, onde o festival costumava realizar-se, nomeadamente devido ao tecto e às muitas janelas do espaço. Ainda assim, algumas placas em plástico que fazem a cobertura do edifício estão a ser substituídas, por se temer que a reverberação do som as faça cair.
O som estará a cargo de uma “empresa nova” que testará no EcosRock “equipamento topo de gama”.
Por trás do enorme palco montado ao fundo da sala estará um ecrã de LEDS. As ligações eléctricas foram asseguradas por uma puxada feita de propósito para o evento. Para além da iluminação do espaço interior, a organização garante outras soluções de luz que dêem destaque ao edifício.
Pelo espaço estarão distribuídas várias bancas: uma do Instituto da Droga e da Toxicodependência, outra para merchandising das bandas, uma terceira para divulgar o projecto de voluntariado da associação e uma última do projecto “Limpar Portugal”. O serviço de bar é assegurado pela “Ecos Urbanos” e haverá ainda um espaço lounge com equipamento cedido pelo Café Concerto.
10 bandas
A maioria das 10 bandas que participam na quarta edição do EcosRock actuam pela primeira vez no festival, estando o encerramento das duas noites reservado para os repetentes. No geral, a sonoridade não será tão dura como em edições anteriores, mas o inglês continua a ser a língua predominante. Apenas dois grupos cantam em português.
A noite de sexta-feira começa com os Nódoas Negras, um trio de Milheirós de Poiares com meio ano de existência que toca rock em português. Seguem-se os Hannya, cinco elementos de S. João da Madeira e Santa Maria da Feira com um som influenciado por bandas como Pantera e Slayer.
A meio da noite, sobem ao palco os Art7Menor, banda que tem como vocalista o proprietário do bar com o mesmo nome em S. João da Madeira. São o segundo e último grupo do festival a cantar em português.
Com mais estrada e experiência, os Damnull são os senhores que se seguem. “Destroy the Proof” é o primeiro EP da banda, tendo recolhido críticas favoráveis e estando já na segunda edição. O encerramento está reservado aos já repetentes Revolution Within, que trazem ao EcosRock o álbum de estreia “Collision”, lançado há poucos meses.
A abertura da segunda noite está entregue aos Inderborn, um quarteto muito bem vestido e aparentemente recente. Seguem-se os Hard Sense, de Santa Maria da Feira, um agrupamento cujo repertório gira predominantemente em torno de covers.
Os mais rodados Bettershell chegam ao EcosRock com um currículo reforçado, depois da actuação no Super Bock Super Rock, em Lisboa. O concerto deverá girar em torno do EP “Don’t give up” e do tema sobre o ambiente “We can’t go back”.
Aos Bettershell seguem-se os Pragha e os Apply Zii, estes últimos com a carreira igualmente reforçada pelos últimos acontecimentos. Num concurso de bandas promovido pela JCP, os Apply Zii garantiram presença na Festa do Avante!, no Seixal, e participaram também no Rock Rendez Worten, tendo chegado à segunda fase do concurso.
Os concertos do EcosRock têm início pelas 22h00. A entrada é livre.
Enviar um comentário